
Painel sobre ESG no IntegraQM 2025 destacou governança e rastreabilidade como pilares da inovação no setor químico

A edição 2025 do IntegraQM reuniu, em Londrina (PR), empresas, especialistas e lideranças para discutir os rumos da inovação no setor químico e de materiais, com foco em soluções que conciliem desempenho, responsabilidade e visão de futuro. Sob o tema "Transformando o Futuro: Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade", o evento promoveu painéis e trocas de experiências sobre os principais desafios enfrentados pela indústria.
Entre os destaques da programação técnica, o painel "ESG como Estratégia de Negócio no Setor Químico e Materiais: Desafios e Oportunidades" abordou o papel da governança, da ética e da rastreabilidade na construção de modelos de negócio mais sustentáveis e resilientes. O gerente de Comunicação, Sustentabilidade e Inovação da ADAMA, Roberson Marczak, apresentou práticas adotadas pela companhia para fortalecer a transparência e a conformidade regulatória em suas operações.
Durante o painel, Marczak compartilhou a experiência da empresa na construção de práticas de governança robustas, destacando a importância da conformidade regulatória, da rastreabilidade e da comunicação transparente com o mercado. “Em um setor altamente regulado por órgãos como Anvisa, MAPA e Ibama, transformar regras em diferencial competitivo passa por automação, clareza nos processos e consistência na gestão”, afirmou.
O executivo também enfatizou o papel da ética e do compliance na geração de valor para além da empresa, envolvendo clientes e fornecedores. Ele comentou sobre a iniciativa da ADAMA para automatizar o inventário anual de gases de efeito estufa da empresa, antecipando-se aos efeitos das exigências dos novos padrões internacionais de reporte de sustentabilidade IFRS S1 e IFRS S2, que entram em vigor em 2026.
Essas normas, emitidas pelo International Sustainability Standards Board (ISSB), visam padronizar e melhorar a confiabilidade das informações relacionadas à sustentabilidade e aos impactos climáticos. A IFRS S1 estabelece requisitos gerais para a divulgação de informações financeiras relacionadas à sustentabilidade, enquanto a IFRS S2 foca em divulgações relacionadas ao clima, incluindo riscos e oportunidades que podem afetar os fluxos de caixa, o acesso a financiamento ou o custo de capital das entidades no curto, médio ou longo prazo.
Outro ponto levantado foi a capacitação da cadeia de suprimentos. Segundo o executivo, a companhia tem priorizado o desenvolvimento dos parceiros estratégicos, investindo na qualificação técnica e na adoção de boas práticas. “Assumimos o papel de apoiar nossos fornecedores nesse processo, porque acreditamos que responsabilidade não se terceiriza. Queremos que toda a cadeia esteja alinhada aos critérios de governança, ética e sustentabilidade”, afirmou. Marczak destacou que a ADAMA vem realizando levantamentos com seus principais fornecedores para avaliar o grau de maturidade em ESG e oferecer suporte técnico com foco em evolução conjunta. “Levamos a governança além dos limites da companhia porque entendemos que os compromissos e as consequências — em desempenho, segurança e sustentabilidade — são coletivos”, completou.
O painel fez parte da programação técnica do IntegraQM, que se consolidou como um dos principais encontros de inovação para o setor químico e de materiais no Brasil, reunindo empresas, universidades, startups e instituições públicas e privadas.